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Entrevista de emprego: como usar a psicologia a seu favor?
19 de novembro de 2020
Não importa a sua idade ou profissão, em algum momento você já participou ou irá participar de um processo seletivo e, consequentemente, de uma entrevista de emprego. Para muitas pessoas, a ideia de ser entrevistada pode ser tão angustiante que acaba impactando negativamente nos resultados. Por essa razão, especialistas costumam indicar alguns passos para preparar os candidatos antes de um recrutamento.
Pensando nisso, separamos algumas dicas que favorecem uma conduta satisfatória e podem amparar todos aqueles que buscam um melhor desempenho em processos seletivos. Elas também podem ajudar a reduzir a ansiedade e o desconforto causados nesses momentos, já que é mais fácil lidarmos com a insegurança quando sabemos o que esperar e como agir.
A seguir, veja as dez dicas que selecionamos para ajudar você nesse processo.
Dez passos para ter um bom desempenho em entrevistas de emprego de acordo com headhunters e coaches
1) Evite participar de mais de uma entrevista no mesmo dia e dedique algumas horas para pesquisar sobre a empresa: uma entrevista exige preparo, concentração e foco. Por isso, fazer mais de um processo seletivo em um único dia pode comprometer o seu desempenho. O ideal é que você tenha tempo para pesquisar sobre a empresa, para se deslocar com calma até o local da entrevista (em casos de atendimentos presenciais) e, sobretudo, para relembrar a sua trajetória profissional.
2) Adeque suas roupas à cultura da empresa e fique atento para que elas estejam de acordo com o grau de formalidade exigido para a ocasião: é importante lembrar que, durante um processo seletivo, você deve se destacar pelo seu profissionalismo e por suas competências. Logo, fique atento para que suas roupas não chamem mais atenção do que deveriam. Vista-se de maneira compatível ao grau de formalidade esperado para a situação, às exigências para o cargo pretendido e à cultura organizacional da contratante. Afinal, a primeira impressão é a que fica.
3) Encontre algo em comum com o entrevistador e crie mecanismos para aproximar a comunicação entre vocês: o recrutador é, antes de um avaliador, uma pessoa. Portanto, manter um bom diálogo com o entrevistador é imprescindível para que a entrevista flua de maneira positiva. Seja descontraído, mas evite gírias, piadas e jargões. Além disso, considere a idade de quem está guiando o processo e trate-a de maneira apropriada.
4) Mantenha contato visual com o entrevistador: você, muitas vezes, já deve ter ouvido a afirmação de que o nosso corpo fala, não é? Pois bem, ele não apenas fala, como também expressa muito das nossas emoções. Portanto, pequenas posturas e comportamentos durante a entrevista, como desviar os olhos do entrevistador, cruzar os braços ou bocejar podem revelar altos níveis de insegurança e ansiedade. Assim, fique atento às mensagens que o seu corpo pode enviar ao recrutador e, para passar confiança, mantenha contato visual direto com ele durante toda a conversa.
5) Reconheça seus pontos fortes e seja honesto para assumir seus pontos fracos: assumir pontos de melhoria é um sinal de humildade, autocrítica e autoconhecimento. Por isso, seja honesto sobre os seus pontos a serem desenvolvidos e sobre as suas habilidades. Ninguém é perfeito, e os recrutadores sabem disso.
6) Seja confiante, mas tome cuidado para não ser presunçoso: há uma célebre frase que diz: “a diferença entre o remédio e o veneno está na dose”. Portanto, tome cuidado para não errar na dose de confiança e passar ao recrutador uma imagem arrogante, presunçosa e pretensiosa.
7) Fale de forma clara, objetiva e decidida. Não deixe espaços para duplas interpretações, seja assertivo: o entrevistador não deve se esforçar para entender o que você pretende dizer. Assim, tome cuidado com ambiguidades e com longas histórias. Responda ao que for questionado de forma direta e compreensível.
8) Mantenha a educação e o respeito: nenhuma empresa deseja contratar uma pessoa desrespeitosa ou sem educação. Por esse motivo, capriche nos bons modos: cumprimente, peça licença, agradeça e não fale palavras de baixo calão.
9) Seja simpático, comunicativo, flexível e amigável, mas não perca o foco: não confunda um possível clima descontraído e uma boa comunicação com um bate-papo casual entre amigos. Você está lá por um motivo. Logo, converse com o entrevistador de forma agradável, mas não perca o foco sobre o que precisa ser dito.
10) Mostre o seu potencial. Demonstre interesse pela empresa, pela vaga e oportunidade. Além disso, transmita ao entrevistador a certeza de que a sua contratação merece ser realizada: todo mundo reconhece quando está diante de uma pessoa apaixonada pelo o que faz, não é? Com os recrutadores isso não é diferente. Por isso, deixe evidente quão interessado pela vaga você está, quão apaixonado pela área você é e o quanto pode colaborar com a empresa se for contratado.
Agora que você conheceu algumas dicas, descubra como a psicologia pode nos ajudar a entender a entrevista de emprego sob outra perspectiva.
Conselhos de uma psicóloga sobre as entrevistas de emprego
A psicóloga Bruna Moraes, com experiência em atendimentos clínicos, aconselha que a autenticidade deve ser o elemento-chave na busca por um emprego e na participação em processos seletivos. Segundo a psicoterapeuta: “Talvez o melhor seja ser você mesmo e deixar passar uma vaga na qual você não se encaixa e que, consequentemente, não irá te realizar, pois ninguém se realiza no trabalho ou em qualquer âmbito da vida tendo que interpretar um papel”.
A profissional agrega, ainda, que o candidato, mesmo com caráter e honestidade, pode correr o risco de se apresentar como alguém que não é na tentativa de conquistar o entrevistador. Desse modo, ela explica que: “contar com uma dose de espontaneidade pode ser um diferencial na hora da entrevista”.
Sobre esse assunto, a psicóloga explica que é fundamental reconhecer que as relações de trabalho são vias de mão dupla. Assim, a contratação deve ser benéfica tanto para a empresa quanto para o futuro colaborador. “O candidato, portanto, precisa compreender que, no limite do possível, o seu feeling também deve ser levado em conta. Aceitar qualquer vaga pode não ser um bom negócio”, defende a terapeuta.
A respeito da necessidade de refletir sobre a importância da auto realização na busca por um emprego, Bruna afirma que: “A entrevista é uma triagem tanto para a empresa quanto para quem está se candidatando à vaga. Sei que pode ser difícil pensar assim, já que nem sempre temos o poder de escolha, mas, na medida do possível, é sempre bom nos perguntarmos sobre como nos sentimos a respeito da possível instituição que vai nos contratar”.
Para concluir, é bom ter em mente que não ser escolhido nem sempre é uma coisa ruim. Essa eventualidade, muitas vezes, poderá apresentar oportunidades para que você conheça a instituição que mais se adequa ao seu perfil profissional e personalidade. Portanto, na próxima entrevista que for fazer, não se esqueça de ser autêntico e reconhecer o que faz sentido para você como pessoa, pois esses são os grandes primeiros passos rumo ao sucesso.
Boa sorte!
